Pesquisa apontou que apenas 2% das empresas têm máquinas com até 2,5 anos de uso, e 28%, têm equipamentos com 10 a 15 anos
O cenário econômico e produtivo da indústria brasileira não alcançou sua melhor performance ao longo de 2023. Isso ainda se deve muito ao fato de grande parte das empresas nacionais terem uma cultura analógica muito forte. Entretanto, existe um contínuo esforço do segmento para implementar soluções tecnológicas no setor rumo à transformação digital. Estas tendências, que caracterizam a chamada Indústria 4.0, deverão ganhar força em 2024, para tornarem-se cada vez mais uma realidade do chão das fábricas, conforme apontam os especialistas Thiago Rigon, diretor comercial da Alltech, e Roger Medke, CEO da Gholias, startup de monitoramento preditivo ligada ao Hub de Manufatura Avançada da AlltechLab, uma venture building do Grupo Alltech.
O atual movimento de uma série de empresas na busca por soluções visando a própria evolução tecnológica sinaliza um horizonte promissor para o cenário industrial no país, mesmo que a transformação ainda seja muito lenta em relação às tecnologias produtivas aplicadas. “A renovação dos parques fabris passa não apenas pela primordial implementação de máquinas mais modernas, como das tecnologias habilitadoras da indústria 4.0 para potencializar ao máximo a disponibilidade e a performance das indústrias.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou, neste ano, a pesquisa “Idade e Ciclo de Vida das Máquinas e Equipamentos no Brasil” que destacou o momento do setor, evidenciando a necessidade da renovação do maquinário industrial. Apenas 2% têm máquinas com até 2,5 anos de uso, e 28%, têm equipamentos com 10 a 15 anos.
A mudança deste cenário, que implica na compra de novas máquinas, esbarra no moderado poder de investimento das indústrias nacionais e, por isso, envolve uma profunda avaliação de critérios, especialmente voltados às tecnologias e inovações que contribuem para a produtividade, eficiência e custo da produção. Para o diretor comercial da Alltech, a escolha do maquinário deve ser feita com a ciência do que ela irá produzir e o custo que é preciso chegar para se obter um bom resultado. “É necessário conhecer o produto, a matéria-prima utilizada, o mercado em que vai atuar e quais serão os custos. Toda essa análise é fundamental para encontrar a melhor opção”, reforça Rigon.
No país, algumas empresas que sofrem com a defasagem de maquinário ainda conseguem atingir uma boa taxa de crescimento. Porém, de qualquer maneira, elas seguem estimuladas a se adequar à realidade da Indústria 4.0, a fim de alavancar os resultados de sua produção industrial.
Para Roger Medke, CEO da Gholias, a preocupação em melhorar a produtividade e se adaptar à transformação digital é uma realidade do setor. Para ele, a mudança deste quadro vem se dando à medida que mais empresas estão adotando estratégias como a implementação de tecnologias que possibilitam a digitalização e automatização da coleta de dados, bem como a análise avançada de dados, em tempo real, ambos sendo a base para indústria 4.0, seguindo ainda a fase subsequente de integração de sistemas. Além disso, “os grupos industriais que já estão com o olhar no futuro e pretendem aproveitar plenamente as oportunidades oferecidas pela inovação tecnológica têm buscado investir também em capacitação e treinamento de equipes, a fim de potencializar resultados, acelerando a cultura analítica, por meio de parcerias estratégicas”, ressalta Medke.
No Brasil, os setores que estão na vanguarda da adoção da indústria 4.0 em seu nível mais avançado são as indústrias farmacêutica, automobilística e manufatura de bens de capital - que fabricam peças e partes para os segmentos aeronáutico e médico-hospitalar. “É possível observar que as empresas dessas áreas estão determinadas a aperfeiçoar seus processos produtivos e atingir maior eficiência operacional, impulsionadospel
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