O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, que mede a produção industrial interna não exportada, acrescida das importações, recuou 11,9% em março de 2020, na comparação com fevereiro. Frente ao mesmo período de 2019, a demanda caiu 3%. O acumulado nos 12 meses finalizados em março registrou variação ligeiramente positiva (0,2%), enquanto a produção industrial apresentou baixa de 1%, medida pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física, do IBGE. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, dia 12, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Entre os componentes do consumo aparente, o resultado foi negativo no mês de março: a produção de bens nacionais caiu 14%, e a queda das importações de bens industriais foi de 1,3%. Com esse resultado, o trimestre móvel encerrado em março registrou recuo de 1,2%, embora na comparação com o 1º trimestre de 2019 tenha ocorrido um crescimento de 0,7%.
No que diz respeito às grandes categorias econômicas, o fraco desempenho de março foi disseminado entre os segmentos, com recuo de 15,1% nos bens de capital e 5,6% nos bens intermediários. O destaque negativo ficou por conta do segmento de bens de consumo duráveis (queda de 28%). O resultado da comparação com março de 2019 foi similar, com exceção da demanda por bens intermediários, que se manteve estável em relação ao mesmo período do ano passado.
Entre as classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação recuou 12,4% em março (comparativamente com fevereiro), e a indústria extrativa mineral caiu 7,4%.
Na análise setorial, apenas dois segmentos avançaram, de um total de 22, com destaque negativo para os segmentos de veículos (-34,3%) e de artigos de couro (-32,3%). Na comparação com março de 2019, o resultado foi mais positivo, com 10 segmentos registrando crescimento – entre eles, "outros equipamentos de transporte", com alta de 19%. Por fim, no acumulado em 12 meses, 13 segmentos avançaram, em especial máquinas e equipamentos (7,3%).